26.8.17

Se Bernardino admite Ventura, é dever dos progressistas travar o PCP em Loures.

A correcção da desastrada ironia da candidata e a clarificação de que não acontecerá o que se antecipa no título que o Observador deu à conversa de Vítor Matos com Sónia Paixão permitiu que ficasse claro que o PS, caso ganhe Loures sem maioria absoluta, não se coliga com o PSD de André Ventura. Está reposto inequivocamente o bom-senso de manter um cordão sanitário entre o partido que tem a defesa radical da democracia na sua Declaração de Príncipios e o político que conscientemente quer ocupar o lugar de protagonista da moderna direita populista em Portugal. Nada falta nos discursos de Ventura, nem imigrantes, nem minorias étnicas, nem pena de morte.
Mas este episódio tornou ainda mas notório o silêncio e a ambiguidade do PCP em Loures e no país face à mais estridente ameaça de um partido de grande dimensão nacional aos valores fundamentais da nossa democracia. Saber se o PCP considera André Ventura um parceiro de governo local de Loures não é uma questão secundária. E o PCP não retirou até hoje quaisquer ilações de declarar xenófobo o discurso do Candidato do PSD.  O que quer dizer que infelizmente o PCP não provou ainda neste caso saber onde está a fronteira entre o pragmatismo e o oportunismo destituído sem princípios. Se o PCP admite governar com Ventura é dever democrático dos progressistas em Loures travar tanto O PSD quanto Bernardino.

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