Fernando Rocha Andrade chama a atenção para os setores da força de trabalho que perderam o emprego e não têm acesso a proteção social. Estou com ele.
É certo que parte de uma transposição inicial de uma reflexão sobre a desigualdade nos EUA que se nos não aplica - em Portugal passámos por um período de perda global de rendimentos durante a troika mas não se estão a agravar as desigualdades, por muito contraintuitiva que seja a frase. O nosso Gini está a melhorar e os rendimentos dos mais pobres a subir mais depressa que os dos mais ricos.
Mas isso não invalida o argumento central do impacto da pandemia nas situações de semiformalidade e informalidade. Por mim, acho mesmo que se justificava uma revisão temporária da proteção social para incluir todos os que perdem a sua atividade fruto da crise e não estão cobertos por nenhum dos mecanismos de proteção existentes. Procurei expor essa ideia à algum tempo (http://paulopedroso.blogspot.com/2020/04/solidariedade-nacional-para-com-todos.html?m=1) e vejo com satisfação que BE e PCP apresentaram iniciativas com a mesma inspiração.
Seria bom que os socialistas extraíssem conclusões das preocupações que Fernando Rocha Andrade expõe. Parecidas com as que à esquerda já se propõe ou diferentes, melhores e mais adequadas. O que tenho dificuldade em entender é a desatenção a que foi a crise e sua resposta que criou este desemprego e inatividade e fechar-lhe os olhos para a seguir propor cabazes solidários, ajuda alimentar ou cantinas sociais é andar muitas décadas para trás na cidadania social.
https://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/colunistas/fernando-rocha-andrade/detalhe/os-trabalhadores-a-quem-o-lay-off-nao-chega?utm_medium=Social&utm_source=Facebook&utm_campaign=BotoesSite&utm_content=facebook
Sem comentários:
Enviar um comentário