29.9.16

Shimon Peres



Foi controverso, como não poderia deixar de ser alguém que quisesse ser simultaneamente relevante para os israelitas e ator de uma paz que ainda não se conseguiu no Médio Oriente. 
Arriscou tudo pelo que pensava, sem nunca se deixar isolar dos que representava, os israelitas, algo que muitos visionários esquecem. E lembrava-o com veemência e humor a quem o queria levar para mares não navegáveis por alguém na sua condição.
Deve ter sido a pessoa que mais planos de paz e soluções políticas imaginou e tentou por em prática para uma paz justa para Israel e a Palestina.
Com ele morre a última referência israelita  atual para quem acredita que todos podem viver em paz com um Estado de Israel em segurança e o direito do povo palestiniano à sua nação reconhecido.
Diz-se muitas vezes que a história não se faz de indivíduos, mas há indivíduos cuja falta a muda. É o caso de Peres. 
Infelizmente deixa Israel mais longe da paz e a Palestina mais longe do convívio entre povos e nações do que já esteve. 
Mas a história tem muitas esquinas e alguém há-de surgir que perceba o que Peres percebeu há décadas e tenha a força entre os israelitas que hoje falta a quem defende as suas ideias.
Há homens insubstituíveis. Mas, mesmo que ninguém os substitua, o seu legado deixa sementes que podem voltar a germinar.  Oxalá assim seja rapidamente.

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