25.9.18

Os problemas do círculo entre os fala-barato e jornalismo de orelha a teclado

É boa prática esta de O Observador reconhecer que errou. Mas a devolução que faz da responsabilidade pelo erro para as suas fontes, levanta questões. Atente-se na frase seguinte: as fontes “várias, judiciais e políticas, todas elas bem colocadas (...) falaram ao Observador de boa fé. Simplesmente, julgavam ser portadoras de informações que não conheciam na totalidade.”
É bonito que o jornalista seja simpático para com as suas fontes “de boa fé”, ao mesmo tempo que lhes denuncia a leviandade. 

Esta confissão é um retrato de um problema importante a afetar fontes e jornalistas. Num círculo de fala-barato e jornalismo de orelha a teclado, a verdade é muitas vezes prejudicada.  Com esse círculo vicioso não saem prejudicados só os profissionais e os visados. Saem também os jornalistas, a justiça e a própria democracia.

14.9.18

Este cartaz é fabuloso. Não falo de política, mas de marketing.


Este cartaz é fabuloso. Não falo de política, mas de marketing. 
Não deve haver coisa mais difícil de concretizar na linguagem das mensagens simples do que a estratégia do PT para as presidenciais, que assenta na ideia de que o candidato de facto não é o candidato real e de que a política pode dar felicidade a um povo. 
Lula preso? Ele ri.
Haddad candidato? Ocupa apenas o segundo plano.
Manuela? A pessoa em primeiro plano nem é do PT!
À direita tentou apropriar-se das cores do Brasil? Este cartaz é vermelho da luta e azul e cinzento como o horizonte (e podia ser para qualquer país).
As eleições são para o Presidente? Quase não se dá por ela. Agora o que interessa é que saibam que Haddad é Lula, seja lá o Haddad quem for. 
Mas aqui tudo isso parece natural e, mais que isso, óbvio. 
Quantas palavras tem o cartaz para além dos nomes? Presidente, é e com.
Preparem-se, seja lá quem for o marqueteiro, vem aí uma campanha milimétrica do PT.