15.8.18

O RSI ainda vale mais pelo que vier a ser

Foi mesmo uma causa de vida e para a vida. Agora, felizmente, é só mais uma medida. Ainda continua a ser a peça que faltava na luta contra a pobreza e podia ser uma peça um pouco mais forte, com um pouco mais de atenção e menos de burocratização, um pouco mais de serviço social e de recursos para a inclusão, mesmo que não fosse possível subir o baixíssimo valor da prestação.
No dia em que o RSI for só uma transferência monetária perde parte importante da sua identidade e no dia em que se reduzir a uma prestação condicionada à procura de emprego, passa a ser o contrário daquilo para que nasceu, workfare em vez de Estado social activo. 
Mas há algo sobre o que vale a pena reflectir especialmente. A maior incidência da pobreza está a transferir-se para as crianças e jovens e seus pais, portanto para um grupo etário em que o RSI e as prestações familiares são as grandes respostas atuais e estão ambas a fraquejar no combate à pobreza, mesmo à pobreza extrema. 
É tempo de refletir sobre a resposta a dar às novas configurações da pobreza e sobre como manter atuais os objetivos de libertar as pessoas da necessidade material e aumentar a sua liberdade, o seu direito a participar amplamente na nossa sociedade, prevenindo a transmissão intergeracional da pobreza.
Ainda é o tempo em que a melhor forma de se celebrar o que se conseguiu é olhando essencialmente para o que está por fazer.


https://www.publico.pt/2018/08/15/politica/noticia/paulo-pedroso-o-rendimento-minimo-ou-a-causa-mais-nobre-de-reducao-da-pobreza-1841035

1 comentário:

SCarvalho, Ant+onio disse...

Aplauso:"É tempo de refletir sobre a resposta a dar às novas configurações da pobreza e sobre como manter atuais os objetivos de libertar as pessoas da necessidade material e aumentar a sua liberdade, o seu direito a participar amplamente na nossa sociedade, prevenindo a transmissão intergeracional da pobreza."