26.1.16

Apontamento em contracorrente sobre o Presidente do meu país

A República Portuguesa tem um novo Presidente eleito. Esse Presidente tem, mais do que a maior parte dos seus antecessores, um mandato conferido com pouquíssima intermediação política, numa relação sobretudo directa entre ele e o povo.
A mais forte intermediação de Marcelo com o povo é a dos media. Não é queixa ou lamento, é constatação.
Marcelo tem uma fortíssima legitimidade política, que não contesto e lhe dá a enorme responsabilidade de ser um chefe de Estado sem outros limites que não sejam a sua interpretação da força e do sentido do mandato que lhe concederam.
Por isso mesmo, ainda que em total contracorrente com o politicamente correcto, incluindo o tão elogiado discurso de derrota de Sampaio da Nóvoa, parece-me ser o momento de dizer que Marcelo é o Presidente do meu país, com direito a todo o respeito institucional, mas também que, como em qualquer democracia avançada, nenhuma pessoa representa o país todo.  O totalitarismo representativo da fórmula "Presidente de todos os portugueses"  configura uma identificação do povo com o soberano que me parece longe de ser muito democrática. 
Dir-me-ão que foi Mário Soares quem mais cultivou a expressão. E depois, porque havia eu de me reconhecer nisso mais do que o seu próprio autor se reconheceu na presidência de Eanes?
Marcelo é o Presidente do meu país, nem mais nem menos que isso..

3 comentários:

  1. Concordo, mas não estou a ver o problema. A questão, parece-me a mim,é saber porque é que ele teve uma maioria absoluta se, como dizem todos os comentadores, ele não teve ideia nenhuma. Talvez seja curto, mas teve pelo menos uma ideia - seguida com coerência, e não somente a 15 dias da eleição - de integração social e de concertação política. É pouco? Concordo, mas foi a ideia que ia ao encontro de muitos portugueses, cansados de profissionais da polarização ideológica.

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  2. Muito bem! Subscrevo na íntegra!

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  3. inteiramente de acordo.Era o que faltava era Marcelo ser agora o meu Presidente, era mesmo só o que me faltava.

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